Queria começar por denunciar o casamento: essa instituição milenar que nos tem sido imposta pela religião, pela cultura e também pelo Estado. Como nota de rodapé dou o exemplo da Irlanda, um país dito do 1º mundo, que só em 1995 é que aboliu a proibição constitucional que os cidadãos daquele país tinham de pedir um divórcio, proibição essa que estava em vigor desde 1937.
Tal como o divórcio reganhar a independência em relação a um funcionário pode ser muito difícil e custoso. Elon Musk descobriu isso da forma mais difícil. Nos EUA ele despediu com efeito imediato vários funcionários do Twitter, embora tendo pago largos pacotes de indeminização. Tentou fazer o mesmo com funcionários Europeus do Twitter quando se viu barrado por várias leis Europeias, algumas das quais requerem um aviso mínimo de 3 meses antes de despedir alguém. Enfim, não perdemos metade da nossa empresa mas fica a mesma sensação de um tempo irresgatável.
Visão pessimista? Concordo. Mas nem todos os divórcios são desastrosos, as vezes eles são a perfeita abertura de uma oportunidade para as duas partes seguirem diferentes vidas das que vinham levando. Vidas que nunca poderiam experienciar tivessem continuado com a mesma pessoa.
Após 3 anos viajando de mota por todo Moçambique, o ex marido passa visitar a ex mulher e conversam toda manhã sobre tantas aventuras, tantas coisas que mudaram nas suas respectivas vidas, e os dois genuinamente bebem dessa experiência e percebem que a melhor coisa que poderiam ter feito no universo, foi se divorciarem um do outro. Perdoem-me esta romantização do divórcio, mas enfim, divago…
A contratação de um funcionário é um acto de fé, é um casamento. Um acordo bilateral em que as duas partes velam pelos seus interesses. Esse funcionário que hoje apresenta-se sob a sua melhor luz, que come de boca fechada, nos dá 100% da sua atenção durante a entrevista… É o mesmo que amanhã não cumpre prazos, se desapaixona dia após dia de nós, e procura outras oportunidades.
Esse funcionário é ao mesmo tempo alguém que nos vai ajudar a materializar a nossa visão, a cumprir a nossa missão, e no processo melhorar a nossa comunidade, e quem sabe, mudar o mundo.
Para mim, para contratar um funcionário é necessário tanto sorte como boa diligência.
Eis as 2 dicas que quero deixar:
- Faça pelo menos duas entrevistas em ocasiões distintas;
- Faça teste de aptidão escrita ou prático com 50 tarefas ou perguntas. O importante não é que o candidato acerte tudo, mas sim, conhecer a personalidade, carácter e capacidades do mesmo.
Há uma frase famosa cujo autor me foge a memória:
“O melhor momento para despedir um funcionário é a primeira vez que pensamos em faze-lo”.
Seja um ser humano melhor do que isso! Despeça-o na segunda vez que pensar em se divorciar dele. Por nada deste mundo deixe chegar a terceira.
Stélio Inácio
A Experiência Empreendedora Nº 1
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